(...continuação)
Precisamos levar em consideração três formas de lidar com as mudanças sociais:
1. Reativa: Lidar com a mudança só depois que ela aconteceu, pressuponha que, embora as mudanças sempre estejam ocorrendo, o futuro ainda será como o passado; lance mão do gerenciamento de crise.
2. Resposiva: Fazer o que puder ser feito enquanto as mudanças estão ocorrendo; previna-se quanto ao que é mais provável e seja pró-ativo sempre que perceber a direção que a mudança está tomando.
3. Redentora: Seja mais rápido que a mudança e tente dirigí-la; ninguém pode deixar de ser reativo e responsivo, mas aprenda a decifrar indícios e sinais, valendo-se de estimativas e pesquisando cenários alternativos para o futuro como exercício profético.
Precisamos levar em consideração seis problemas:
1. O problema intelectual: Estamos lidando com a perda de sensibilidade para com a verdade objetiva, ou estamos diante de uma mudança de entendimento sobre o que é a verdade?
2. O problema moral: Trata-se de uma perda do senso da autoridade bíblica ou de uma cultura do individualismo com crenças moralmente sujas (imundas)?
3. O problema cultural: Trata-se de uma perda do senso de comunidade e das raízes causada por um comprometimento com a cultura, ou seria uma falta de capacidade de encarnar o Evangelho dentro da cultura? A Igreja deve nutrir-se apenas com recursos próprios ou beber das águas da cultura?
4. O problema espiritual: Trata-se de uma crise da fé (crenças e conteúdo doutrinário) ou uma crise na linguagem da fé (palavras para comunicar crenças e doutrinas)?
5. O problema eclesiástico: O problema é a própria Igreja com suas estruturas que não facilitam o ministério e a missão para este "novo mundo", ou a Igreja está deixando de ser Igreja, menos fiel a si mesma e mais fiel aos tempos em que ela vive?
6. O problema de autoridade: A tradição deve ser valorizada como tal? Até que ponto conciliamos autoridade cultural e tradição? Colonizamos a cultura debaixo da autoridade cristã ou o cristianismo é uma colônia dentro da cultura?
A partir de agora vamos usar a expressão "clareira" para representar quatro tipos de Igreja nesta relação entre a religião e a cultura.
Existem, porém, nítidas diferenças entre as quatro clareiras nessa época de transição. Palavras e expressões singulares que despertam sentimentos e ações estabelecem as diferenças de cor e tom em cada quadrante. Cada clareira enxerga ddiferentes problemas e os mesmos problemas de forma diferente.
Cada uma das clareiras é perseguida por um dragão com um ferrão teológico na cauda. No caso da primeira clareira (Jardim), quem decide quando e porque parar o relógio da história? No caso da segunda clareira (Parque), quando o flerte com a cultura leva à promiscuidade com essa cultura? Quando o sal passa a ser insípido? No caso da terceira clareira (Vale), como se sabe quando a separação de conteúdo e recipiente se transforma mum divórcio de fato? No caso da quarta clareira (Campina), poderia o verdadeiro cristianismo ficar de pé e se apresentar, por favor? Quando o cristianismo fica tão distorcido, que deixa de ser cristianismo?
(continua...) Pr. Sérgio Eustáquio Moreira
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