Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. (I Coríntios 1:26)
Temos de admitir que os pastores, cercados por uma sociedade secularizada, que não valoriza sua vocação e seu serviço, são interiormente pressionados a provarem seu valor por meio de cursos acadêmicos, cargos eclesiásticos, estabilidade financeira ou ministérios espetaculares.
Por sua vez, as Igrejas locais são
alvos do assédio de uma pluralidade de metodologias pragmáticas mais
preocupadas em fazer clientes ou franqueados do que em contribuir para que, por
meio de um pensar teológico e missiológico, a comunidade venha a ser tão
somente aquilo que Deus quer que ela seja.
Como diz Eugene Peterson:
“a igreja é uma comunidade de pecadores, pastoreada pelo maior deles”
Muitas de nossas frustrações, como pastores, decorrem do fato de que esperamos da Igreja mais do que o próprio Deus espera dela.
A Igreja, por
sua própria mensagem de graça, atrai para si pessoas tremendamente complicadas
e não resolvidas, assim como eu e você. É a esse grupo complicado que Jesus
envia Seus pastores quando diz: “Pastoreie meus cordeiros”.
A
Igreja moderna transformou-se num negócio, numa empresa, e o pastor num
executivo que luta para manter-se no mercado. Esta é, talvez, uma das mudanças
mais significativas e sérias que estamos vivendo.
Somos agora executivos eclesiásticos, circulando com agendas eletrônicas, telefones celulares, secretárias, auxiliares e assistentes, para atender a um volume cada vez maior de reuniões, entrevistas, conferências, aconselhamentos, etc.
Ser ocupado, tornou-se um símbolo de “status” e sucesso, tanto no mundo secular como no religioso.
Ter uma agenda repleta de compromissos é sinal de competência; afinal, ninguém considera um médico competente, cuja sala de espera do consultório se encontra absolutamente vazia, e ele, confortavelmente sentado em sua cadeira.
Para ser competente, precisa estar com a agenda dos próximos meses completamente cheia. Este sim é um bom profissional...
Nesta busca por sucesso e “status”
não temos mais tempo para construirmos amizades verdadeiras e profundas, nem
tempo para caminharmos com nossos amigos no caminho do discipulado. Não temos
tempo para ouvir as histórias dos velhos, os dramas dos mais novos e as crises
da alma humana. Dispomos apenas de alguns minutos.
Pr. Sérgio Eustáquio Moreira
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